Evento anual realizado pelo Sindicato das Indústrias Químicas do Estado do Ceará (Sindquímica-CE), em parceria com o Instituto Orbitar, FIEC e Sebrae, a 5ª Expo Ceará Química teve início nesta quinta-feira (8) e encerrou nesta sexta-feira (9). A feira retomou o formato presencial em 2022, após a flexibilização das medidas restritivas de isolamento social.
Antenada com o momento atual da inovação como peça-chave para o desenvolvimento do setor, o evento reservou para esta edição, além de espaço para 25 fornecedores, uma ilha exclusiva para startups, visando a interação desse público com agentes do mercado, Academia, clientes e investidores em potencial, fomentando e acolhendo essas iniciativas, dada a importância desses estudos e novas tecnologias para o desenvolvimento do setor.
Para tanto, o Sindquímica-CE realizou um processo de seleção com o apoio do SENAI IST, do HUB de Inovação do IEL Ceará, do Habitat de Inovação do SENAI e da Meteora. Foram selecionadas as startups Pegueleve, Rideup, SmartGears, Ilog e Nwaypro, aceleradas pelo Hub do IEL, além da Inciclo, Duna System e 4WBiotech. As startups puderam expor e apresentar seus modelos de negócios neste primeiro dia de evento.
“A Expo Ceará Química já é um evento consolidado no calendário do Norte e Nordeste do setor químico. E, este ano, temos essa novidade de um espaço dedicado à inovação, com a presença de startups que estão tendo a oportunidade de expor seus trabalhos e de contribuir com o meio industrial, com suas ideias inovadoras. Está sendo um momento ímpar de atualização, networking e imersão no setor químico”, destacou o Presidente do Sindquímica-CE, Paulo César Gurgel.
O Presidente da FIEC, por sua vez, ressaltou, na abertura do evento, a relevância da Expo Ceará Química e da indústria química a nível local e nacional. “Para mim é uma honra poder estar aqui na abertura desse evento que, a cada ano, ganha mais relevância no cenário industrial, não apenas no estado do Ceará, mas de todo Norte e Nordeste do Brasil, que é a Expo Ceará Química. Vivemos em um mundo em constante transformação e a indústria química se mostra importante vetor, responsável pela geração de soluções inovadoras e contribui de forma efetiva para preservar o planeta, cuidar da saúde, do bem-estar e da melhoria da qualidade de vida das pessoas. No Brasil, a indústria química é a segunda maior geradora de renda entre todos os demais segmentos da indústria de transformação do país, responde por 10% do PIB industrial, o que a coloca como terceiro maior segmento de manufatura do país. O setor gera cerca de 2 milhões de empregos, entre diretos e indiretos”.
A cerimônia de abertura contou ainda com a presença do Presidente do CIC e do Instituto Orbitar, Marcos Soares; do Vice-Presidente do Sindquímica, Beto Chaves; do Diretor Administrativo da FIEC, Chico Esteves; do Diretor de Inovação e Tecnologia da FIEC, Sampaio Filho; do Diretor do SENAI Ceará e Superintendente do SESI Ceará,
Paulo André Holanda; da Superintendente do IEL, Dana Nunes; do Superintendente de Relações Institucionais da FIEC, Sérgio Lopes, além de membros da diretoria do Sindquímica.
Palestras
A indústria de sanitizantes deve começar o ano de 2023 com a apresentação de inúmeros novos produtos de limpeza voltados para o uso doméstico e profissional. A informação foi divulgada pelo Diretor da Associação Brasileira da Indústria de Saneantes (Abipla), Paulo Engler, durante palestra realizada na tarde desta quinta-feira, 8, como parte da programação da 5ª edição da Expo Ceará Química.
Segundo Engler, as novidades decorrem da retomada dos trabalhos de pesquisa e desenvolvimento realizados pelo setor, que haviam sido paralisados para que a expressiva demanda trazida pela pandemia da Covid-19 pudesse ser atendida. “Esses lançamentos haviam parado. Agora, a indústria voltou a trabalhar com pesquisa e desenvolvimento. Então, teremos novos saneantes já no começo do ano, em uma quantidade que há tempos a gente não vê. Teremos novidades muito interessantes”, disse.
O Diretor palestrou sobre a performance da indústria de saneantes durante a pandemia e as perspectivas de futuro para o setor. Engler destacou as dificuldades durante o cenário pandêmico, sobretudo quanto à escassez e dificuldades para aquisição de matéria-prima, além da concorrência com o mercado internacional, que influenciaram os custos de produção, juntamente com o aumento nos preços da energia elétrica, frete, taxa de câmbio, insumos, juros e diesel, que influencia no frete.
“A desvalorização do real frente ao dólar foi uma tragédia para nós. A sensação que temos é que o Brasil não está melhorando, está ‘despiorando’”, afirmou. Apesar do contexto, no entanto, Engler ressaltou que o cenário macroeconômico é favorável ao setor, embora existam riscos a serem considerados, como o mercado informal, que ocasiona um prejuízo anual de aproximadamente R$ 5 bilhões à indústria e R$ 2 bilhões ao governo, em impostos não recolhidos.
“As projeções são otimistas e de crescimento a longo prazo, em razão da transferência de renda, da queda nos combustíveis, energia, e do crescimento da produção agrícola e do nível de emprego”, explicou, ressaltando ainda que o custo industrial, bancado pelo setor, em 2020 e 2021, quando as empresas se mantiveram com as margens de negócio, agora, está sendo repassado aos consumidores.
Marcas e patentes
O período mais crítico da pandemia também influenciou no aumento da abertura de processos de registros de marcas e patentes no Brasil, segundo Carla Freitas, responsável pela seção regional do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) no Ceará, e Fábio Barros, pesquisador em Propriedade Industrial no mesmo órgão. Ambos palestraram sobre a importância do registro de marcas e patentes para as indústrias químicas, também na tarde desta quinta-feira.
“Muitas empresas precisaram se reinventar, os empreendedores precisaram se lançar e a gente percebeu, nesse período, um crescimento do depósito de marcas. Isso foi muito evidente. As empresas precisaram remodelar seus formatos de fazer negócio. Muitas precisaram migrar para o mercado comercial digital e procuraram se proteger, se inserindo no mercado de forma mais segura”, destacou Carla.