Ciro Gomes afirmou que o País precisa com urgência de um plano que inclua retomar o fortalecimento da indústria nacional, permitir maior igualdade social e um sistema tributário mais justo. Ele tomou como base o livro Projeto Nacional: O dever da esperança, de autoria dele, no qual aponta que a adoção do neoliberalismo no Brasil, ainda em 1980, foi responsável por fazer despencar o crescimento do País e explodir os problemas sociais.
“O Brasil atual pede que façamos um debate franco e sincero e, se possível, respeitoso, para que possamos ao cabo dar as mãos, porque o próximo presidente que vier vai receber um ambiente de terra arrasada e vai precisar de muita capacidade de diálogo com os diferentes”, disse.
O convidado explicou ainda, respondendo ao questionamento do deputado Sérgio Aguiar (PDT), que sua proposta de governo contempla o estabelecimento de metas e prazos voltados para o crescimento econômico do País, que hoje está em 0%; na convocação dos diversos grupos de interesses para reconhecimento de seus papeis e distribuição de tarefas, assim como a implementação de controles e punições, e de transparência. As metas e modelos estabelecidos como objetivo para o “projeto nacional” de Ciro tem por base experiências exitosas e índices de países desenvolvidos, como a da Espanha.
Sobre a Covid-19, o ex-governador avaliou que a Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga as ações e omissões do governo Bolsonaro durante a pandemia e que ora corre no Senado Federal “vai dar em pizza”. Ele explicou que as conclusões vão depender muito da pressão que deverá ser feita, não só pelos grupos políticos, mas por toda a população. Disse achar “difícil o Brasil ser moralizado por uma CPI que tem como relator Renan Calheiros”.
A imagem do Brasil no exterior e os reflexos da situação atual nas relações internacionais, também foram destacados pelo ex-governador. Segundo ele, esse é o momento que o Brasil mais precisa de participação popular. Observou que Bolsonaro é visto pela comunidade internacional como um gestor ineficaz e que essa condição começa a ser passada para a população brasileira, que é “vista por eles como conivente ao aceitar tudo que acontece no País passivamente”.
“As nossas relações com outros países se deterioram porque eles não perdoam esse tipo de coisa que vem acontecendo, como o recorde de desmatamento e queimadas que aconteceram no governo Bolsonaro. O melhor exemplo disso é constatar que a comunidade internacional envia ajuda para a Índia, que vivencia um novo pico da pandemia e tem problemas menores que os nossos, mas continua a nos dar as costas” argumentou.
No que diz respeito a alianças e rupturas entre partidos ou grupos políticos, e as possíveis repercussões nas eleições de 2022, Ciro Gomes acrescentou que “é impossível saber o que irá acontecer”. Para ele, “o Ceará tem o melhor governador do Brasil, Camilo Santana, e ele deve nos liderar nessa sucessão sem deixar, em momento algum, de pensar no que primeiro deve ser pensado, que é o povo do Ceará”.
ESTREIA
O primeiro Conexão Assembleia contou com o apoio e a participação do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Evandro Leitão (PDT), que parabenizou os envolvidos na produção da atração e anunciou mais novidades para o programa em breve.
A atração passa a fazer parte da programação da FM Assembleia, todas as segundas-feiras, sempre às 8h. A primeira produção multiplataforma da emissora também fica disponível em vídeo no Youtube e na página do Facebook da Assembleia Legislativa do Ceará. O público pode participar com comentários e perguntas para os entrevistados por meio do whatsapp (85) 98201.4848 .
O Conexão Assembleia tem apresentação de Kézya Diniz. Produção de Layanna Vasconcelos e Tarciana Campos. Direção de Vídeo de Rodrigo Lima. Finalização de Áudio de Nabucodonosor Queiroz. Coordenação de programação e áudio de Ronaldo César. O Gerente Geral da Rádio FM Assembleia é Rafael Luis Azevedo.