O PDT tem, desde o início deste ano, o maior número de pré-candidatos à Prefeitura de Fortaleza, mas, entre as lideranças estaduais, não há pressa, nem açodamento para definição do nome a ser escolhido para concorrer à sucessão do prefeito Roberto Cláudio. Oficialmente, com a mudança no calendário eleitoral, a escolha dos candidatos a prefeito e a vereador pode ser feita, por meio das convenções, entre os dias 31 de agosto e 16 de setembro. O primeiro turno da eleição está marcado para o dia 15 de novembro.
A lista de pré-candidatos do PDT tem o Presidente da Assembleia Legislativa, deputado José Sarto, a vice-governadora Izolda Cela, o ex-secretário de Governo de Fortaleza, Samuel Dias, e o senador Cid Gomes, que, embora tenha declarado que o seu projeto é permanecer em Brasília, sempre é citado como um nome de força política e eleitoral que não pode ser descartado. Outros nomes, porém, são guardados a sete chaves.
A avaliação entre os dirigentes do PDT é que não há motivo para corrida contra o tempo. Essa é a tática política dos irmãos Cid e Ciro Gomes e foi adotada, em 2014, quando o nome do então candidato ao Governo do Estado saiu poucos dias antes da convenção. O escolhido foi o hoje governador Camilo Santana (PT) que uniu uma grande base partidária e conseguiu derrotar o então candidato do MDB, Eunício Oliveira. A eleição foi disputada em dois turnos. Eunício uniu a oposição que teve o tucano Tasso Jereissati eleito ao Senado.
XADREZ DE 2020
O PDT não tem, nesse momento, um nome com projeção eleitoral na corrida pela Prefeitura da Capital, mas, para os pedetistas, essa preocupação não muda a agenda. Afinal, em 2014, Camilo entrou na campanha com baixo percentual de aceitação popular porque era um nome bem desconhecido e, na reta final da campanha, encostou no adversário Eunício Oliveira que manteve, ao longo de quase três meses, uma média acima de 40% das intenções de votos. No segundo turno, Camilo ganhou a eleição.
O quadro nas eleições de 2020 pode ser considerado diferente de 2014 porque, em Fortaleza, a situação está com dois mandatos consecutivos e, nos últimos oito anos, os desgastes são inevitáveis. A oposição cresceu e, hoje, tem como principal nome o deputado federal Capitão Wagner (PROS).
Wagner disputou o segundo turno em 2016, foi derrotado pelo atual prefeito Roberto Cláudio e, nas eleições de 2018, saiu como o campeão de votos à Câmara Federal. Desde as últimas eleições, Wagner, que atrai para o seu palanque a base de apoio ao presidente Bolsonaro, lidera todas as pesquisas de intenção de votos à Prefeitura.
Entre as principais adesões, o deputado do PROS comemora a chegada do PL, comandado pelo deputado Jaziel Pereira, e o Republicanos, do ex-deputado Ronaldo Martins. A entrada do PL e dos Republicanos na aliança com o PROS não representa apenas impacto político, mas, também, eleitoral uma vez que as duas siglas tem uma forte inserção no segmento evangélico. O Republicamos representa o braço político da Igreja Universal.
ALIADOS DIVIDIDOS
A corrida pela Prefeitura de Fortaleza dificilmente unirá o PDT e o PT no primeiro turno. O PT antecipou, nesse domingo, o lançamento da candidatura da deputada federal Luizianne Lins. Nos últimos dois meses, o ex-presidente Ciro e o senador Cid Gomes manifestaram desejo de construir uma aliança com o PT na Capital, mas a ideia não agradou lideranças petistas que os tem como adversários do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Luizianne aparece como desafeta dos irmãos Cid e Ciro e foi lançada para reafirmar o discurso de que o PT não pode abrir mão de candidatura própria em Fortaleza.
A decisão cria desconforto ao Governador Camilo Santana que gostaria de unir o PT e o PDT logo no primeiro turno da disputa pela Prefeitura. Como ainda tem muito tempo até a chegada das convenções para oficialização de candidaturas, as costuras começam agora e, pelos próximos 70 dias, muitas articulações serão feitas para definição de nomes e chapas à sucessão do prefeito Roberto Cláudio.
Fonte: Ceará Agora