Garantir alimentação de qualidade para todas as pessoas é o que quer o Governo do Ceará. Para que isso se cumpra, além de ações já em andamento, o Estado quer fortalecer sua atuação com base na escuta das necessidades e propostas dos cearenses e, por isso, está realizando, através da Secretaria da Proteção Social (SPS), a 7ª Conferência Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional, com o tema: “Erradicar a fome e garantir direitos com comida de verdade, democracia e equidade”.
A abertura do evento aconteceu nesta terça-feira (17), na Escola Superior do Parlamento Cearense (Unipace), com a presença de cerca de 350 participantes representando todas as regiões do estado, da primeira-dama e presidente Comitê Intersetorial de Governança do Programa Ceará Sem Fome, Lia de Freitas; da secretária da Proteção Social, Onélia Santana; da presidente do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional do Ceará, Regilvânia Mateus de Araújo; da Coordenadora de Comissão Permanente do Direito Humano à Alimentação Adequada (Consea Nacional), Daniela Frozi, e, ainda, de deputadas estaduais.
Durante a abertura do evento, a primeira-dama reforçou o compromisso do Estado com o combate à fome ao criar o Pacto por um Ceará Sem Fome, que vem realizando ações imediatas no estado, e convidou os presentes a se engajarem no fortalecimento do compromisso de erradicação da fome. “O Ceará Sem Fome está nos 184 municípios através do Cartão Ceará Sem Fome. Além disso, está atendendo mais de 50.000 pessoas que estão recebendo refeições prontas, de qualidade, diariamente, por meio da rede de cozinhas solidárias. Estamos com mais de 500 cozinhas em funcionamento até o momento e a nossa expectativa é de chegarmos a 1.296 unidades”.
Lia de Freitas também falou sobre a expansão do programa. “Em breve, teremos uma nova ação para avançar o Ceará Sem Fome, por meio da contratação de restaurantes populares, expandindo o combate à fome e, ainda, fortalecendo o empreendedorismo”. A primeira-dama citou, ainda, a iniciativa do Governo de arrecadar alimentos junto a equipamentos culturais e turísticos. Lia de Freitas finalizou sua participação na abertura do evento convidando os presentes a pensarem ações para a garantia da segurança alimentar dos cearenses a médio e longo prazo.
Construção coletiva
A secretária Onélia Santana reforçou o papel democrático da conferência. “Temos nesse processo pessoas expondo seus pensamentos e ideias, representantes do Ceará dizendo de suas iniciativas de combate à fome e apresentando novas ideias. Aqui é onde, de fato, acontece o exercício da democracia”. A secretária falou, ainda, de demais iniciativas do Estado, como o Mais Nutrição, ação de combate à fome e ao desperdício de alimentos para garantir alimentação saudável a pessoas em situação de vulnerabilidade social.
Caminhos para a Conferência Estadual
A 7ª Conferência Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional acontece depois da realização de 14 conferências territoriais e mais de 150 conferências municipais. Desses eventos saíram propostas serão colocadas durante a programação da Conferência que segue até esta quarta-feira (18).
São três os eixos temáticos em debate: determinantes estruturais e macrodesafios para a soberania e segurança alimentar e nutricional; Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional e políticas públicas garantidoras do direito humano à alimentação adequada; e Democracia, participação e controle social.
A presidente do Consea Ceará, Regilvânia Mateus De Araújo, disse que a Conferência Estadual é um momento muito especial, de culminância de todo um processo. “Nós somos uma parte do Brasil que estamos construindo estratégias e possibilidades de erradicação da fome com comida de verdade”.
Cícera Pereira, representante do povo Kariri, veio de Brejo Santo para o evento, tem expectativa de ver o seu povo e as demais pessoas do país tendo uma alimentação saudável. “A gente quer ter onde plantar, a gente quer ter de onde retirar nossos alimentos de forma natural, feijão, milho, macaxeira e muitos outros. A saúde da gente depende da alimentação da gente”.
Cícera falou, ainda, das propostas construídas durante a conferência municipal em que ela participou. “Uma pensada para que a proposta de segurança alimentar contemple os povos originários e a outra para o fortalecimento da divulgação sobre alimentação saudável e natural”.
Mais sobre a programação
Passada a abertura, a Conferência segue com debates nesta terça e quarta-feira (18) por meio dos painéis “Fome, pobreza e comida de verdade”, “Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional”, Direito Humano à Alimentação Adequada” e debates em torno dos eixos prioritários do evento e trabalhos em grupo.
O evento finaliza amanhã com a eleição dos 65 delegados da conferência, havendo uma vaga para presidente, 14 vagas através de cotas, 28 para a sociedade civil e 22 para o poder público.
Já após a Conferência, as demandas propostas no evento serão priorizadas para a construção do Plano Estadual de Segurança Alimentar e para os devidos encaminhamentos à Conferência Nacional.