A Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) se reuniram, nesta quarta-feira (04/10), para debater sobre a construção da usina de dessalinização na Praia do Futuro, em Fortaleza, e promover um espaço de diálogo e solução de possíveis questionamentos e dúvidas sobre impactos do projeto na infraestrutura de cabos submarinos de fibra óptica existente na região. Liderado pelo Presidente da FIEC, Ricardo Cavalcante, o evento aconteceu na Casa da Indústria e contou com a presença de representantes das duas empresas, autoridades, sindicatos e acadêmicos.
Participaram da discussão o Conselheiro da Anatel, Vicente de Aquino; o Presidente da Cagece, Neuri Freitas; o Gerente Regional Substituto da Anatel no Ceará, Wanderson Brito; o Deputado Estadual Romeu Aldigueri; e o Reitor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), Wally Menezes. Também estiveram presentes o Ex-Presidente da FIEC, Roberto Macedo; o Diretor Administrativo da FIEC, Chico Esteves; o Conselheiro Fiscal da FIEC, Pedro Alfredo; o Presidente da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Ceará (Cogerh), Yuri Castro; o Presidente da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), Eduardo Sávio; o Ex-Secretário de Recursos Hídricos do Ceará, Francisco Teixeira; os Deputados Estaduais Assis Diniz e Sargento Reginauro; e o professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), Francisco de Assis.
Em fala durante o evento, Ricardo Cavalcante afirmou que a FIEC atua para promover o diálogo e criar soluções para a instalação da usina dessalinizadora de forma que não haja interferência na rede de cabos de fibra óptica de Fortaleza. A proposta do equipamento é transformar água do mar em água potável para garantir o abastecimento no Ceará.
“A Federação fica muito feliz de poder fazer seu trabalho, porque tanto as empresas de fibra ótica, quanto as que farão a dessalinização são empresas nossas, o objetivo é comum”, destacou o Presidente da FIEC. “O Ceará não pode perder nada, nem os cabos de fibra ótica nem a usina. Vamos precisar da usina, porque a condição climática vem mostrando que o El Niño está vindo aí, mas também precisamos muito dos cabos, que fazem a interligação com todo o planeta. Precisamos cada vez mais de todos os investimentos que estão chegando. São geradores de mão de obra, renda e empregos”, acrescentou.
Vicente de Aquino ressaltou a importância da usina para o Ceará e que o debate intermediado pela FIEC é necessário para chegar a uma resolução que atenda aos dois segmentos. “É impossível que um cidadão em franca lucidez queira ser contrário à construção de uma usina que vai trazer água para o estado do Ceará”, defendeu o Conselheiro da Anatel. “A Anatel está tratando de aferir um novo ajuste feito no projeto. Acredito que em 20 dias teremos uma posição e, com avanço dos diálogos travados, certamente vamos encontrar uma solução pacífica que consiga trazer água para o Ceará e fazer com que a internet possa fluir para o Brasil inteiro”.
Após apresentar o projeto da usina de dessalinização, Neuri Freitas afirmou que a Cagece realizou ajustes para que os cabos submarinos não fossem afetados. O Gestor sugeriu a criação de um grupo de trabalho formado por empresas e entidades para discutir soluções que contemplem todos os interessados. O Presidente da FIEC, Ricardo Cavalcante, foi indicado por representantes das instituições envolvidas para liderar os debates no grupo.
“A proposição desse grupo de trabalho é bem interessante porque podemos colocar técnicos de cada parte, da Cagece e das telefônicas, e, com o apoio da FIEC, vamos encontrar uma alternativa para conviver em harmonia”, completou o Presidente da Cagece.
Romeu Aldigueri, líder do Governo do Estado na Assembleia Legislativa, confirmou o interesse da gestão do governador Elmano de Freitas em criar o grupo de trabalho proposto para resolver a questão. “Procuramos dialogar com todos e todas, ouvindo. Só temos a parabenizar a FIEC e dizer da determinação do governador de criar o grupo e ouvir tecnicamente para dirimir essa questão. Tenho certeza que vamos construir essa solução em consenso”.