A canção Fila do Osso, composta por Paulo Araújo, Mauro Aguiar e Cláudia Pontes, ganhou o prêmio de melhor música na final do V Festival da Música de Fortaleza, ocorrida neste sábado (29/04). Já Claudine Albuquerque, que cantou Fila do Osso, ganhou o prêmio de melhor intérprete. As canções Pede Pra Sair, de Márcio Cardoso, e Tatuagem, de Mulher Barbada e Vladya Mendes, ficaram em terceiro e segundo lugares respectivamente.
Como celebrou o prefeito José Sarto, o Festival da Música é um grande festejo à diversidade e pluralidade de Fortaleza, sendo um evento consolidado no calendário cultural da cidade.
“O Festival de Música de Fortaleza é mais uma maneira de incentivar a cultura e a arte popular nordestina e brasileira, com seus ritmos diversos e encantadores. O Festival também consegue congregar diversas melodias e vozes fazem parte da riqueza artística e cultural da nossa cidade, afinal, a música é uma arte que une a todos nós, ja que ela nos acalenta, nos motiva e nos permite entrar em contato com muitos sentimentos”, declarou Sarto.
Fila do Osso traça um retrato socioeconômico do Brasil dos últimos anos em que, por conta das crises econômica e sanitária, viu o crescimento da pobreza e da fome. Paulo Araújo, um dos compositores da música, destacou que o sentimento de revolta foi o principal motivador para a escrita da composição.
“A ideia original foi do Mauro Aguiar, compositor do Rio de Janeiro. Ele mandou o rascunho pra mim e disse: ‘Paulo, faz uma coisa com raiva’. Além disso, eu já conhecia a Claudine de outros festivais e ela tem uma voz que extrapola qualquer limitação nossa. Ela também foi responsável pelo sucesso e por essa raiva da música”, comentou Araújo.
Emocionada, Claudine destacou a parceria e companheirismo entre os participantes do festival. “Estou ainda dormente com o prêmio, a ficha demora a cair. Estou muita agradecido, pois vejo todos, todas e todes os compositores e intérpretes que passaram por este palco como vitoriosos. É muita gente incrível que, em momento algum, passou um clima de competição, mas de ajuda e companheirismo”, celebrou.
Ao longo de três dias de festival, 28 canções foram apresentadas no palco do Teatro São José. Mimi Rocha, diretor musical do espetáculo, ressaltou que o nível da competição foi bastante elevado.
“Eu tenho é pena do júri, o nível foi bastante alto. São muitas músicas legais, diversas e bem equilibrados. Teve de tudo, estilos mais tradicionais e regionais como o maracatu e forró, mas também rock, MPB, e um hip-hop mais eletrônico”, comentou.
Além de Mimi Rocha, que cuidou da direção musical e das guitarras do festival, a banda do V Festival da Música de Fortaleza foi composta por Herlon Robson (teclado e sanfona), Pantico Rocha (bateria), Nélio Costa (baixo), Henry Gael (sax e flauta) e Hoto Jr (percussão). Já o júri foi composto por Angel History, Bel Girão, Lorena Cardoso, Ulysses Gaspar e José Lásaro Rodrigues – Zé do Norte.
Uma novidade desta última edição é que todos os classificados para a final receberam a quantia de R$ 800. Já os três primeiros colocados receberam prêmios de R$ 30.000, R$ 15.000 e R$ 8.000, respectivamente. A melhor intérprete também recebeu R$ 8.000 e a canção vencedora ainda ganhou o direito a ser gravada em alta qualidade no Estúdio do Centro Belchior de Cultura.
As 12 musicas finalistas do V Festival da Música de Fortaleza foram: 1998, de Maia Neto, A Riqueza do sertão, Leonardo de Luna, Afinal, de Marquinho Ribeiro e Caio Braga, Água doce, de Paulo Maia, Bárbaras Palavras Acesas, de Luciano Brayner, Como é que tu tá, de TaldeRafa, Fila do Osso, de Claudia Pontes, Paulo Araújo e Mauro Aguiar, Insano Remendo, de Tito Rosino, Morro da conceição, de Amauri Nascimento, Pede pra sair, de Márcio Cardoso, Tatuagem, de Mulher Barbada e Vladya Mendes e Valsa noturna, de Zé Roraima e Paulo José.
Homenageados
A edição prestou uma justa homenagem ao músico Luizinho Duarte, que deixou a cena musical de Fortaleza há um ano, coincidentemente, no dia da final do IV Festival. O multi-instrumentista e compositor cearense ficou conhecido por passear entre ritmos brasileiros, como baião, frevo, choro, samba e bossa nova, através do seu trabalho no grupo Marimbanda.
Tarcísio Sardinha, que partiu em abril de 2022, também é homenageado pelo Festival. Sardinha era o mestre de muitos músicos cearenses, além de professor e arranjador com uma trajetória extensa na música.