“O Ceará pode, de maneira dialogada, com parceiros, produtores e investidores, voltar a ser um grande produtor nesse País”. Declaração foi dada pelo governador Elmano de Freitas, nesta terça-feira (3), na abertura do 14º Congresso Brasileiro do Algodão, que acontece de 3 a 5 de setembro, no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza.
Também estiveram presentes o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro; o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Alexandre Schenkel; a presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Silvia Massruhá; o secretário do Desenvolvimento Econômico do Ceará, Salmito Filho; o presidente da Apex Brasil, Jorge Viana; entre outras autoridades.
O Ceará, assim como outros estados brasileiros, foi afetado na década de 1980 pela destruição das plantações de algodão em razão de pragas, com predominância do bicudo-do-algodoeiro. A partir dos anos 2000, o Brasil voltou a produzir em diversas regiões, consolidando-se atualmente no ranking de produtores de algodão e, em 2024, tornou-se líder mundial na exportação, ultrapassando os Estados Unidos da América.
Aos produtores e investidores presentes, o governador destacou os potenciais que podem reposicionar o Ceará no setor. Ele apontou as condições favoráveis para o estado produzir e exportar em larga escala. “Temos vantagens competitivas como a tecnologia, para que algumas regiões se tornem produtoras no patamar que temos no País, além do sol e solo. Teremos uma ferrovia [Transnordestina] que será concluída daqui a dois anos. Temos um dos portos mais modernos do País [Porto do Pecém] para exportação, com localização estratégica mais próxima aos Estados Unidos e Europa”, pontuou.
No Nordeste, o cultivo do algodoeiro sempre teve relevância, tanto como cultura de reconhecida adaptabilidade às condições do semiárido, mas também como gerador de empregos e de matéria-prima. Atualmente, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte integram um dos maiores parques industriais têxteis do Brasil. “O Ceará tem uma indústria têxtil, que é efetivamente um mercado interno consumidor desse algodão”, afirmou o governador.
Nesse sentido, o Governo do Estado tem buscado retomar a cotonicultura dialogando projetos com a Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará (Faec), Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Embrapa, Sebrae e outras instituições de pesquisa e do setor privado.
No que se refere a incentivos fiscais para atrair investidores, o governador reforçou que o Estado “tem regras claras há mais de 20 anos”, frisou. “Nós temos um conselho que avalia os pedidos de incentivos, sabendo que os incentivos têm um prazo pela Reforma Tributária até 2032. Mas estamos preparando estudos sobre a migração do atual modelo de incentivo para o novo modelo, que é o do Fundo de Desenvolvimento Regional [aprovado na Reforma Tributária]”, concluiu.