Inovar, desenvolver, incluir, facilitar, experimentar, revolucionar: tudo isso através do olhar e da presença de mulheres. Para construir uma cultura inovadora, é essencial contar com visões variadas na hora da proposição de ideias e, mais ainda, de tomada de decisões. Entre tantos fatores que compõem as discussões sobre a construção de ambientes diversos, a paridade de gênero desponta como um fator fundamental a ser levado em consideração.
No Governo do Ceará, o Íris | Laboratório de Inovação e Dados atua na construção de uma cultura inovadora que leva sempre a diversidade em consideração, a começar pela composição do próprio time do Laboratório, formado em sua maioria por mulheres de diferentes contextos e realidades. Isso reflete a preocupação do Estado em tornar o ambiente público menos desigual e ter nas tomadas de decisão a presença feminina. Cristina, Isabel, Ticiana, Jessika, Mariana e Georgia contam sobre o dia a dia delas no setor público.
Jessika Moreira, coordenadora-geral do Íris, acredita na diversidade, a começar pela presença das mulheres em todos os espaços e, principalmente, em posições de liderança no setor público. “O governo possui um importante papel no trabalho pela igualdade de gênero, por meio do desenvolvimento de políticas, oferta de infraestrutura, capacitação, criação de oportunidades, entre outros aspectos. No Íris, apostamos na diversidade à mesa para a entrega de inovação e valor público. Pessoas iguais não resolvem problemas complexos sociais. Precisamos de espaços onde é possível criar e contribuir na construção de políticas efetivas para todas e todos”, pontua.
Cristina Cunha, gerente de projeto do Íris, menciona o trabalho com inovação como um ponto importante para saber lidar com problemas complexos e desafiadores. “Ser mulher nesse espaço de trabalho é um desses desafios. Para além do trabalho, muitas vezes precisamos equilibrar duplas jornadas, criação dos filhos, autocuidado e sustento da família. É preciso muita força, coragem, resiliência e resistência”, destaca.
As áreas de Inovação Jurídica e Linguagem Simples, importantes frentes do Íris na transformação da atuação pública frente ao cidadão, têm gestoras femininas que trabalham na concepção de projetos que simplificam e facilitam a comunicação com a população. Mariana Zonari, gestora de Inovação Jurídica do Íris, diz que poder inovar na área jurídica dentro do setor público significa dar cor a uma área eminentemente cinza, trazer empatia para um espaço técnico, agregar criatividade em um espaço extremamente pragmático.
Já Isabel Ferreira Lima, coordenadora do Programa Linguagem Simples Ceará, ressalta o processo de inovação como colaborativo, sustentável, que gera valor público tanto por meio de disrupções, como também pela melhoria e pelo aperfeiçoamento de experiências. “Ser mulher nesses espaços é desafiador e estimulante. A dificuldade está na energia que ainda, no século XXI, precisamos aplicar para recusar e enterrar diariamente o patriarcado, esse sistema no qual os homens têm supremacia absoluta sobre as mulheres”, afirma.
Estimular a liderança e a presença feminina faz parte do desenvolvimento do Íris. Pessoas e as questões sociais em torno delas são o centro do trabalho do Laboratório. E isso começa pela formação da equipe, quebrando paradigmas ainda presentes na sociedade, como a presença de mulheres na área de tecnologia. “Ainda temos uma realidade em que muitos dos postos nesta área são ocupados por homens e por lideranças masculinas. Para mim, é um verdadeiro presente estar no Íris e espero que a referência do Laboratório transborde para outros ambientes”, é o que destaca a pesquisadora em Experiência do Usuário do Íris, Georgia Cruz.
Outra reflexão colocada por Georgia é sobre a importância de ter um espaço no Governo do Ceará que favorece a inovação, liderado e composto por tantas mulheres capacitadas nas mais diversas áreas. “O sucesso dos projetos que temos desenvolvido serve de exemplo sobre as capacidades femininas, sobre as nossas múltiplas competências e ajuda a quebrar mitos sobre quais devem ser os locais ocupados por mulheres. O trabalho que vem sendo desenvolvido no Íris tem mostrado que inovação não é uma questão de tecnologia, é, acima de tudo, sobre uma mudança de cultura e sobre pessoas”, reforça.
Ticiana Linhares é também uma dessas mulheres que exerce suas diversas competências diariamente na área de dados e tecnologia à favor da inovação. Coordenadora do projeto Big Data Ceará no Programa Cientista Chefe e cientista de dados do Íris, ela é também uma das responsáveis pelo desenvolvimento da Rede Neural de Sintomas do Plantão Coronavírus: “Esse é um dos casos de trabalho que eu amo, por ter contribuído com conhecimentos de pensamento em linguagem neural, a partir de pesquisas que eu faço, para um serviço oferecido pelo estado. E, a partir disso, ajudar na construção de uma nova política pública, que foi a do apoio psicológico. Isso mostra o impacto positivo que nós mulheres fomentamos dia a dia no setor público”.
Ainda falando sobre entregas, Cristina Cunha destaca o recém-entregue projeto realizado em cooperação com a Secretaria da Cultura do Ceará, com apoio técnico da Associação Ceará Design. “O Edital Ceará da Cidadania e Diversidade Cultural foi totalmente simplificado com a aplicação das técnicas de Linguagem Simples, Direito Visual e Design Editorial. O documento ficou muito mais simples, objetivo, direto e legível. Dessa forma, mais pessoas estão tendo a oportunidade de acessar e entender o Edital — antes tido como algo complexo e de difícil compreensão”.
A capacidade, o potencial, a essência e a entrega das mulheres para a inovação, para o setor público, é agente de mudança social e de transformação contínua. A partir de entregas como essas é que Isabel Ferreira Lima reforça que: “seja resolvendo ou diminuindo dores e problemas da vida do cidadão, a inovação e a presença das mulheres traz resultados positivos. Todos os dias proporcionamos para o cidadão experiências efetivas e agradáveis com os serviços públicos. Isso é inovação”.