Ao todo, mais de 4 mil alunos de autoescolas de Fortaleza e Região Metropolitana estão aguardando para realizar provas teóricas de legislação e práticas de direção no Departamento Estadual de Trânsito do Ceará (Detran-CE). Muitos aguardam para ter a primeira habilitação e outros, para inclusão de categoria. A alta é devido a demanda que ficou reprimida com a chegada da pandemia do Novo Coronavírus no Estado. Os testes voltaram a acontecer pelo Detran-CE seguindo o plano de retorno gradual das atividades presenciais que acontecem em conformidade com os decretos estaduais e orientações das autoridades sanitárias.
Entre os protocolos adotados pelo Órgão, está a diminuição do número de testes realizados por dia. Antes da pandemia, o Detran-CE realizava 450 exames diariamente somente na cidade de Fortaleza. “Agora as vagas estão limitadas a 160 por dia. Sendo 80 no turno da manhã e 80 a tarde. Quantidade baixa já que temos cerca de 160 autoescolas com alunos aguardando vaga para agendamento do exame prático. Se calcularmos, temos apenas uma vaga por dia para cada autoescola e a demanda vai aumentando a cada dia. Para alunos que finalizaram as aulas práticas esta semana, não conseguimos mais vaga para agosto”, disse Eliardo Martins, presidente do Sindicato das Autoescolas do Estado do Ceará (Sindcfc’s) complementando que “antes da pandemia, o aluno conseguia prestar exame cerca de quatro dias após o término das aulas práticas. Hoje é incerto quando irá realizar o exame final. A pressão para com as autoescolas está muito grande nesse sentido”, disse.
Insatisfação
Segundo ele, a demora gera insatisfação no aluno. “A maioria precisa da habilitação para ingressar no mercado de trabalho, principalmente neste período que passamos por muita dificuldade financeira, mas as autoescolas não conseguem marcar”, expõe.
“Entendemos a importância e a necessidade dos protocolos. Sabemos que não tem como voltar a ser realizado os testes na quantidade de antes, mas também visualizamos que é possível uma contrapartida para atender a demanda sem correr riscos. Por exemplo, demos a ideia para atendimentos aos fins de semana, ou ampliação do horário para a noite no intuito de atender uma quantidade maior de usuários”, sugere o presidente.
Interior
Eliardo explica que a situação do interior é preocupante. “Esperamos um calendário de retorno das atividades do Detran-CE nas regionais e assim, atender a população e salvar as centenas de empresas (autoescolas) que geram milhares de empregos.”
Segundo empresário e diretor do Sindcfc’s, Alisson Maia, as atividades ainda estão parcialmente paradas no interior do Ceará. “Estamos muito atrasado no retorno das atividades. Pelo cronograma das fases, a região que se enquadrarem na fase 3 do governo pode atender 100% presencialmente, com isso, o Detran-CE já poderia retornar as atividades parciais como: captura de foto, liberação das clínicas médicas para atendimento de primeira habilitação e inclusão ”, disse.
As cidades na fase 4, como as regionais de Itapipoca e Baturité, já estão liberadas pelo governo desde a última segunda feira, dia 17 de agosto, para realizarem aulas práticas, mas até o momento, o Detran-CE ainda não liberou o sistema de monitoramento para as autoescolas atenderem os milhares de usuários que se encontram aguardando este procedimento. Para o cadastro de novos alunos, o diretor afirma que as autoescolas encontram as mesmas dificuldades. “Para as autoescolas exercerem suas funções é necessária a liberação de uma função do sistema do Detran-CE chamado Getran. Sem este sistema as autoescolas não podem fazer novas matrículas.”
Alisson lembra ainda que as autoescolas não realizam os exames, apenas aulas teóricas e práticas de direção veicular. “Os exames médicos são de competência das clínicas e o de legislação e prático de direção é com o Detran”.
Demais regionais do Detran-CE no interior como Sobral, Limoeiro do Norte, Russas, Tianguá, Quixadá, Morada Nova, Aracati, Iguatu, Juazeiro, Tauá, Crateús e Camocim, encontram-se sem atendimento para primeira habilitação e inclusão por parte do Detran-CE. “Os usuários destas regiões não podem concluir seus processos ou iniciar novos para entrar ou continuar no mercado de trabalho”, finaliza Alisson Maia.