A tarde da última sexta-feira (21/05) foi diferente para o casal Dilene Gonçalves e Antônio Carlos Teixeira. Após anos morando de aluguel, eles entraram pela primeira vez no seu imóvel próprio, localizado no Residencial Maria Alves Carioca (Granja Lisboa), que começou a ser entregue pela Prefeitura de Fortaleza. Dilene e Antônio Carlos foram assinar os contratos, receber as chaves e fazer a vistoria do apartamento de 48m², onde vão morar com o filho de oito meses.
“É um sonho realizado .Eu olho e nem acredito. É muita emoção”, disse Dilene, que fez questão de agradecer a José Oliveira, da associação de moradores da comunidade Unidos Venceremos, que orientou o casal no processo junto à Secretaria Municipal do Desenvolvimento Habitacional (Habitafor) e à Caixa Econômica Federal. José Oliveira também esteve presente durante a vistoria. “Hoje, estamos realizando o sonho dela. É como se fosse o meu sonho, tirar uma pessoa minha do aluguel. É realmente uma vitória. O trâmite foi ótimo, agradecemos muito a quem nos atendeu e fez de tudo para que desse tudo certo. Tivemos paciência e chegamos aqui”, ressaltou.
As atividades de vistoria dos apartamentos, assinatura de contratos e entrega das chaves às famílias contempladas seguirão durante o fim de semana, com previsão de conclusão na segunda-feira (24/05). Na assinatura do contrato, as famílias devem ficar atentas aos dados cadastrais e às condições da relação com o agente financeiro. Assim fez a dona de casa Adriana Peixoto, de 45 anos. Acompanhada do filho Félix Adriano, verificou com cuidado todos os detalhes do documento.
“Encontramos o programa da Prefeitura e consegui atualizar o meu cadastro. Depois, deu tudo certo. É um gosto de vitória. Também gostei que as parcelas são mínimas, diferentemente do aluguel. Sai bem mais leve”, relatou.
Já durante a vistoria, o beneficiário deve observar as condições do imóvel, assinalar possíveis problemas que deverão ser corrigidos pela construtora responsável pela obra. Todo o processo é realizado conforme agendamento prévio de 36 famílias por turno, evitando a formação de aglomerações e conforme os protocolos de prevenção a Covid-19, como obrigatoriedade do uso de máscaras e disponibilização de álcool gel para higiene das mãos. Com investimento de R$ 14.524.725,10, o residencial Maria Alves Carioca é formado por 192 apartamentos com dois quartos, sala, cozinha e banheiro divididos em 48 m².
Outros projetos em desenvolvimento
Atualmente, a Prefeitura de Fortaleza está trabalhando junto ao Governo do Estado e oferecendo a construção de 3.800 unidades habitacionais, conforme o secretário de Desenvolvimento Habitacional, Adail Fontenele. A meta é entregar, nos próximos quatro anos da gestão do prefeito José Sarto, cinco mil unidades.
“Em janeiro de 2021, o residencial Maria Alves Carioca já estava praticamente pronto, faltando apenas pintura externa e a parte burocrática. Demos as mãos à Caixa Econômica Federal, que se mostrou muito aberta, e com a transparência encontramos o caminho para hoje começar a entregar as unidades”, declarou, ressaltando que as atividades seguem neste sábado (22/05) pela manhã e tarde, domingo (23/05), também manhã e tarde, e na segunda (24/05), somente durante a manhã.
Sobre Maria Alves Carioca
Maria Alves Carioca nasceu no dia 8 de janeiro de 1902. Sua família residia nas proximidades do atual Hospital Frotinha da Parangaba, onde passou sua infância e adolescência. Casou-se, em 7 de abril de 1931, com o Sr. Teodoro de Castro e tiveram nove filhos.
Após o casamento, surgiu a oportunidade de comprar uma grande fazenda que na época foi denominada Tatumundé e que atualmente compreende o bairro da Granja Lisboa. Em 1951, o Sr. Teodoro faleceu vítima de infarto e a matriarca Dona Maria assumiu a responsabilidade da família e dos negócios.
Em 1963, junto com seus filhos tomou a decisão de lotear parte de sua fazenda, vendendo terrenos financiados para pessoas que começaram a chegar no bairro e assim deu-se início o Loteamento Granja Lisbôa, que todos conhecem popularmente como Terras dos Cariocas. A decisão não visava o lucro, mas ajudar as famílias a terem seu imóvel próprio.
Respeitada pela família e pelos moradores do entorno, em 1984, Dona Maria foi diagnosticada com um câncer de pele e faleceu em 27 de junho de 1986, aos 84 anos, deixando um legado a ser seguido pelos filhos e netos, que até hoje conserva a Casa Grande onde os filhos nasceram e cresceram.