Em transmissão ao vivo via redes sociais, o governador do Ceará, Camilo Santana, informou na manhã deste sábado (22) que o decreto estadual de combate à pandemia permanecerá por mais uma semana com as mesmas medidas vigentes em todo o Estado. A flexibilização das atividades não essenciais nas macorrregiões de Fortaleza e de Sobral é mantida nas regras atuais, enquanto as regiões do Cariri, Sertão Central e Vale do Jaguaribe/Litoral Leste seguem com maiores restrições de dias e horários de funcionamento. As determinações vigoram até 30 de maio.
O Cariri demanda maior atenção devido aos altos números, por isso são recomendadas ações ainda mais restritivas por parte dos prefeitos de cada município que compõe a macrorregião.
O anúncio foi feito após reunião virtual com o comitê formado por profissionais de Saúde, presidentes do Tribunal de Justiça e Assembleia Legislativa, e representantes do Ministério Público Estadual, Federal e do Trabalho, e a Prefeitura de Fortaleza. Na ocasião do anúncio estava presente o secretário da Saúde do Ceará, Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho (Dr. Cabeto).
“Não haverá mudanças em relação ao decreto vigente, nem avanços na flexibilização, até porque estamos com uma semana do último decreto. Vamos aguardar mais uma semana para que se completem os 14 dias, um ciclo epidemiológico necessário para se avaliar qualquer mudança em relação aos números. Por questão de cautela, vamos manter o decreto, diferenciando as macrorregiões da Grande Fortaleza e Região Norte/Sobral, das outras três, Cariri, Sertão Central e Vale do Jaguaribe/Litoral Leste, inclusive as duas últimas seguiram aumentando e essa semana se mantiveram um pouco mais estáveis, acredito que pelas decisões mais rígidas de alguns municípios, exatamente como a última recomendação do decreto anterior. Já o Cariri vamos recomendar medidas mais restritivas, pois é onde mais nos preocupa no momento. Lá aumentou o número de casos e, consequentemente, a demanda assistencial, com a necessidade de mais leitos de UTI e enfermaria Covid”, explicou Camilo.
Portanto, estão mantidas para as macrorregiões da Grande Fortaleza e Região Norte/Sobral as seguintes regras:
1) O comércio de rua funciona das 10h às 19h, e os shoppings, das 12h às 21h;
2) Os restaurantes e demais estabelecimentos de alimentação fora do lar têm autorização para funcionar das 10h às 21h, com capacidade até 50%, de segunda a domingo;
3) Nas academias, ficam prolongado o horário de funcionamento até 21h;
4) Seguem autorizadas atividades esportivas individuais em clubes, como também escolinhas de esportes em clubes e areninhas;
5) Estão autorizadas as aulas práticas do ensino superior e atividades extra-curriculares das escolas, como também os cursos de música, informática, idiomas, entre outros;
6) O toque de recolher será realizado todos os dias das 22h às 5h, em todo o Estado.
As justificativas para as decisões do comitê foram postas em números pelo titular da Saúde, Dr. Cabeto, que apresentou a situação da pandemia no Estado. O secretário ressaltou que continua uma pequena média na redução de casos e óbitos, assim como em procura médica assistencial, o que que ainda requer muito cuidado de cada um dos cearenses.
“Nessa semana podemos dizer que a média de positividade para a Covid-19 nos exames baixou novamente, com destaque para Fortaleza que está na casa de 29%, e em se tratando do Ceará estamos com uma taxa de 35% de resultados positivos. O que mostra que a circulação viral tende a decrescer, com a razão de transmissão abaixo de 1 para Fortaleza (0,85), Região Norte (0,87) e Sertão Central (0,97), esse último perto do limite. Já para o Cariri e o Litoral Leste/Vale do Jaguaribe, preocupa com níveis que chegam a 1.03 de transmissibilidade. Especificamente na região do Cariri, temos 67 pacientes em solicitação de transferência para UTI, e uma taxa de positividade de testes de Covid com alarmantes 58,2%”, explicou o secretário.
Dr. Cabeto registrou que a procura por UTI ainda consta como alta, mesmo com números estáveis. “A quantidade de pacientes internados em UTI ainda é grande, e o tempo médio de internação também aumentou. Podemos informar que a taxa de mortalidade reduziu de forma considerável, por conta da qualidade do atendimento, da qualificação dos profissionais de saúde, além da capacidade de expansão no número de leitos no Ceará. Precisamos continuar com os cuidados básicos”, apontou o secretário, que informou que o Estado ainda não possui um número significativo de vacinados para uma reabertura maior.