Está no ar a plataforma on-line do Observatório de Juventude de Fortaleza, ferramenta de pesquisa de indicadores sobre as juventudes para contribuir com o planejamento de políticas públicas. O prefeito José Sarto participou do lançamento, nesta terça-feira (15/02), no auditório da Secretaria Municipal das Finanças (Sefin). Durante seminário, foram apresentadas as pesquisas “Juventude e Mercado de Trabalho em Fortaleza” e “Mapeamento de Coletivos e Grupos Juvenis”. A iniciativa é uma realização da Prefeitura de Fortaleza, por meio da Secretaria Municipal da Juventude.
“O Observatório de Juventude vem sedimentar tudo que temos apresentado, até então, em políticas de juventude para nossa Cidade. Fortaleza, hoje, é a capital que se notabiliza na América do Sul pelas políticas que tratam a juventude. Temos uma secretaria própria, temos equipamentos fantásticos, programas que são copiados pelo Brasil todo. E o Observatório vem para somar esforços, fazer diagnósticos e propor soluções, como mais uma ferramenta para fortalecer esse trabalho”, destaca o prefeito Sarto.
Conforme explica o secretário da Juventude, Davi Gomes, o Observatório tem o intuito de buscar informações e compartilhar dados relevantes sobre as juventudes de Fortaleza. “A plataforma on-line conta com dados, gráficos e indicadores de vários aspectos, como saúde e bem-estar, segurança, acesso à cultura e educação. Nesta terça, apresentamos os resultados de duas pesquisas que trazem um panorama importante sobre o perfil dos jovens da cidade”, ressalta.
Juventude e Mercado de Trabalho
A Pesquisa Juventude e Mercado de Trabalho em Fortaleza teve como objetivo compreender como os jovens da Capital se enxergam frente ao mercado de trabalho, a partir da sua compreensão do cenário atual, suas perspectivas de futuro, seus desejos, seu entendimento sobre o cenário econômico atual, oportunidades percebidas, iniciativas empreendedoras, entre outras. Foram entrevistados 1.136 jovens, dos quais 686 se consolidaram como foco da análise por estarem dentro da faixa etária de 18 a 24 anos que, segundo o IBGE, é a idade em que se concentra a problemática do emprego no Brasil e em Fortaleza.
Os resultados mostraram, entre outros, que 34,7% dos jovens de Fortaleza, entre 18 e 24 anos, valorizam a carreira no serviço público e o trabalho com carteira, embora 26,7% desejem colocar suas ideias em prática e serem donos do próprio negócio. De acordo com um dos jovens ouvidos pela pesquisa, que participou mediante o compromisso de anonimato, “as pessoas, às vezes, migram para a internet para serem influenciadoras no digital, para fazer meme, para fazer o que for. Isso é um tipo de arte, um tipo de cultura que a gente tem que influenciar na nossa juventude. É fonte de trabalho, é fonte de renda”, pontua.
A percepção dos jovens com relação à importância da tecnologia para seu futuro é evidente, uma vez que mais de 90% deles acham que o conhecimento ou domínio da tecnologia são importantes para sua entrada e permanência no mercado de trabalho.
Com relação ao nível educacional, a pesquisa traz a constatação de que mais de 50% dos jovens de Fortaleza acham necessário concluir a graduação para conquistar o trabalho que almejam. Entre estes, 33,4% acreditam ser necessário concluir também uma especialização. Nesse sentido, políticas como a Academia Enem podem ter um papel importante na busca por mais escolaridade.
Mapeamento de Coletivos e Grupos Juvenis
A pesquisa Mapeamento de Coletivos e Grupos Juvenis, por sua vez, teve por motivação a busca por maior compreensão das juventudes de Fortaleza, suas motivações e anseios ao se organizar em coletivos. Por meio deste mapeamento, foi possível verificar que a maior concentração de jovens em coletivos se dá nas áreas de maior vulnerabilidade social como, por exemplo, os bairros do Bom Jardim e da Barra do Ceará.
Além disso, constatou-se que o grau de importância dos coletivos e grupos juvenis na vida do jovem de Fortaleza é muito alto. Cerca de 70% dos entrevistados apontam que os coletivos ajudam os jovens nos bairros, servindo para o crescimento pessoal e profissional.
Nos momentos de interação com os jovens, por meio de entrevistas e grupos focais, os coletivos foram mencionados de forma espontânea e unânime como um espaço de apoio e acolhimento por pessoas que partilham das mesmas ideologias, realidades sociais e anseios por transformações nas localidades em que vivem. E, para eles, é perceptível o aumento de coletivos nos últimos cinco anos na cidade, por conta da busca por apoio financeiro, psicológico, social e cultural, além do entendimento de que as causas pessoais de transformação social ganham tração e visibilidade se trabalhadas em conjunto.
Quando questionados sobre sua participação em organizações políticas, religiosas, coletivos, dentre outros, 41% indicaram participar/ter participado de coletivos de “Arte e Cultura”, 20% de grupos sobre “Cidadania e Participação Social” e 13% de “Grupos Religiosos”.