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Pessoas com deficiência curtem Carnaval de Fortaleza em área exclusiva com acessibilidade
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A técnica em educação Gislana Vale, que é deficiente visual e também possui a mobilidade reduzida, curtiu a folia no Aterrinho e aproveitou o espaço destinado a pessoas com deficiência (Fotos: Alex Costa)

Neste Ciclo Carnavalesco 2023, a Prefeitura de Fortaleza tem dado uma atenção especial para as necessidades de pessoas com deficiência.

O Aterrinho da Praia de Iracema recebeu, nesta segunda-feira de Carnaval (20/02), além de grande público que lotou a areia, pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. O polo, que possui uma área de 32 m² exclusiva para este público, realiza um papel de inclusão social e garante o direito ao lazer de forma democrática, com rampas e também banheiros acessíveis, além de interpretação na Língua Brasileira de Sinais (Libras).

Para o coordenador especial de pessoas com deficiência da Secretaria de Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (Copedef/SDHDS), Emerson Damasceno, há um ciclo vicioso que precisa ser combatido que atinge essa parcela de pelo menos 15% da população.

“Muita gente acha que não terão um local inclusivo, uma atitude de empatia receptiva e isso faz com que esse público continue sendo invisibilizado. Com a prefeitura colocando espaços com acessibilidade, cumprindo a legislação, as pessoas sabem que seus direitos estão sendo garantidos e passam a frequentar os espaços. A acessibilidade humanística e arquitetônica derruba essa barreira e as pessoas vêm curtir o momento de lazer”, ressaltou.

Outro grande diferencial do Carnaval deste ano é a presença de intérpretes de Libras no palco do Aterrinho. São quatro intérpretes e um produtor no local, e uma equipe igual também fica na Av. Domingos Olímpio. Esses profissionais também têm estado ativamente nas mídias sociais levando a marca da Prefeitura para o público-alvo, divulgando e atingindo cada vez mais um número maior de pessoas para que elas saibam que podem ser recebidas nos espaços de eventos públicos do município.

José Bezerra é um dos intérpretes de Libras trabalhando no Aterrinho. Ele afirma estar feliz com a iniciativa e destaca a importância desse tipo de ação nos eventos de grande alcance como o Carnaval. “Geralmente se pensa que por ser surdo, não se pula Carnaval, que é um evento com música. Mas muito pelo contrário, temos um público grande que interage e dança. É uma evolução na acessibilidade, e o Carnaval é para todos”, disse.

Ele conta, ainda, que há uma preparação para fazer a interpretação das músicas. Os tradutores se revezam a cada duas músicas. “A gente estuda o repertório antes do evento para poder fazer a tradução. A Língua Brasileira de Sinais é muito ampla, então além das mãos e das expressões faciais, também tem a postura corporal. Temos que dançar no ritmo da música, além da sincronia da tradução. É muito bom ver o pessoal se emocionar através do intérprete e da beleza do espetáculo de forma geral”, detalhou.

Por sua vez, a técnica em educação Gislana Vale, que é deficiente visual e também possui a mobilidade reduzida, veio curtir a folia no Aterrinho e aproveitou o espaço destinado a pessoas com deficiência. “É maravilhoso ter essa área, pois é aqui que a gente se compreende e fica à vontade. É um lugar para curtir o carnaval, e Fortaleza é uma cidade acessível. Foi tranquilo chegar pelo acesso das rampas e é ótimo ficar no espaço reservado”, declarou.

Outros polos

Além do Aterrinho, o outro maior polo de Carnaval deste ano, a Avenida Domingos Olímpio, também possui espaço de 24 m² destinado às pessoas com deficiência e seus acompanhantes. Nos demais polos da cidade, o público com necessidades especiais pode solicitar a permanência na área de barricada, logo em frente ao palco, com acesso pelas laterais.

Além disso, todos os polos da cidade possuem banheiros com acessibilidade.

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