Na tarde desta sexta-feira, 3, o prefeito de Caucaia, Naumi Amorim, convocou uma coletiva de imprensa para apresentar um balanço financeiro da administração municipal. Durante o evento, o prefeito revelou uma dívida acumulada de aproximadamente R$ 700 milhões, herdada de gestões anteriores, e destacou os desafios que o passivo representa para a continuidade dos serviços públicos.

“Estou aqui para explicar essa dívida que estamos recebendo. Como é possível acumular tanta dívida em um município como Caucaia? Deixar essa carga para outros gestores resolverem é algo inadmissível. Se um gestor comete erros na gestão, ele deveria pagar com seus bens, não deixar essa conta para a população,” declarou o prefeito.

Naumi destacou que cerca de R$ 300 milhões da dívida precisarão ser quitados ainda este ano, o que exigirá medidas excepcionais. Ele reforçou a necessidade de mudanças na legislação brasileira para evitar que práticas de má gestão comprometam o futuro das cidades e seus moradores.

Vice-prefeita detalha os setores mais afetados

A vice-prefeita, Priscila Menezes, também participou da coletiva e detalhou os impactos da dívida nos setores de saúde, educação e previdência. Segundo ela, o passivo acumulado afeta diretamente a prestação de serviços básicos e a estrutura funcional do município.

“Temos mais de R$ 681 milhões em dívidas. Só com fornecedores e serviços, o valor ultrapassa R$ 300 milhões. Um exemplo é o programa Bora de Graça, que acumula mais de R$ 14 milhões em dívidas. Foi algo muito bom para a população, mas o custo não foi quitado, deixando o encargo para a nossa gestão resolver,” explicou a vice-prefeita.

Priscila alertou para a possibilidade de falta de medicamentos e outros insumos na saúde devido ao atraso no pagamento de fornecedores e profissionais das cooperativas. “Na saúde, as dívidas somam mais de R$ 56 milhões. Nossa maior preocupação é garantir que isso não impacte o atendimento à população,” disse.

Na educação, a situação também é preocupante, com escolas em condições precárias, risco de descredenciamento e problemas no fornecimento de equipamentos. “Temos atrasos no pagamento de aluguéis e dívidas com empresas de computação, o que compromete o uso de tecnologias para o aprendizado das crianças,” enfatizou a vice-prefeita.

Ambos os gestores reforçaram o compromisso de buscar soluções para minimizar os impactos das dívidas e garantir a continuidade dos serviços públicos em Caucaia. “Nossa prioridade é regularizar os pagamentos para fornecedores e servidores, assegurando que a população não seja ainda mais prejudicada por essa herança financeira,” concluiu Priscila Menezes.