O prefeito Roberto Cláudio participou, na última quinta-feira (07/11), em Recife, da Conferência Brasileira de Mudança do Clima, onde compôs painel junto com o prefeito da capital pernambucana, Geraldo Júlio, o prefeito de Maceió, Rui Palmeira, e o prefeito de São Leopoldo/RS, Ary José Vanazzi, também presidente da Associação Brasileira de Municípios (ABM).
A programação da Conferência prossegue até esta sexta-feira (08/11) com sessões de debates, mesas redondas, grupos de trabalho, demonstração de negócios e tecnologias, workshops, demonstrações de iniciativas da sociedade civil e comunidades, além de sessões de diálogos de governos locais e assembleias de deliberação.
A Conferência Brasileira de Mudança do Clima é organizada pelo Instituto Ethos, junto a um grupo de correalizadores, e reúne organizações não governamentais, movimentos sociais, governos, comunidade científica e o setor privado e público brasileiro com o objetivo de formular propostas para a implementação da NDC (Contribuição Nacionalmente Determinada) ao Acordo de Paris, um tratado internacional que rege medidas de redução de emissão de gases de efeito estufa a partir de 2020.
Em sua fala, o prefeito Roberto Cláudio destacou que a cidade de Fortaleza, desde 2013, vem trabalhando em parceria com o ICLEI (Governos Locais pela Sustentabilidade) por meio do programa Urban Leds, o que permitiu a elaboração do inventário ambiental da Capital.
“É preciso reconhecer o problema da crise ambiental, entender e estudá-lo com clareza, sem obscurantismo. Por outro lado, devemos aturar na perspectiva de poder público, de entender como se promove oportunidade de desenvolvimento, como você inclui as pessoas, como você gera oportunidade de renda e, ao mesmo tempo, trata de proteger o nosso meio ambiente. Esse é um tema que deixou de ser uma questão ideológica porque é uma questão de sobrevivência. O planeta já está tendo consequências, vai demandar responsabilidades dos cidadãos, da sociedade civil organizada, do privado e, principalmente, do público. As cidades, por exemplo, têm duas fontes importantes de emissão de carbono, que estão sob o controle da gestão municipal: o resíduo sólido e o transporte público. Então há, de fato, o que avançar. O Brasil precisa avançar muito na questão ambiental. Outros países do mundo estão dando lições vitoriosas de como a gente pode promover desenvolvimento e, ao mesmo tempo, proteger, respeitar e ter consciência ambiental, e acho que essa discussão é extremamente contemporânea”, destacou Roberto Cláudio.
O Prefeito também lembrou que a gestão tem uma política bastante reconhecida internacionalmente de mobilidade sustentável, de estimular outros modais que não seja o automóvel individual, motivar as pessoas a andar, a usar a bicicleta, a integrar os modais de transporte público. “Essa é uma experiência nossa importante, porque essa é a principal fonte de emissão de gases de efeito atmosférico. Uma outra é o estilo da reciclagem. A gente tem hoje, aproximadamente, 9% do nosso volume de lixo indo para a reciclagem. Parece um número pequeno e é. Já algumas nações têm 45% ou 50% do lixo sendo reciclado, mas para os padrões brasileiros é uma taxa bem acima da média. Somos a terceira capital em volume de reciclagem e isso aconteceu a partir de uma política de inclusão social, produtiva e ambiental, que são os Ecopontos. Nós coletamos o lixo reciclado pagando ao cidadão, criando um ciclo de economia local sustentável e também de proteção ao meio ambiente a partir da reciclagem de resíduos”, concluiu Roberto Cláudio.
Ao final do painel, os prefeitos assinaram duas cartas. A primeira firma o compromisso, por parte dos municípios, com a implantação de políticas públicas que garantam a sustentabilidade ambiental do planeta. A segunda cobra ações efetivas do Governo Federal para prevenção e combate ao que foi considerado o maior acidente ambiental do Nordeste brasileiro, que é a chegada das manchas de óleo no litoral da região.