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Sebrae e Embratur, juntos pela retomada do turismo brasileiro
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Carlos Melles, Presidente do Sebrae

A indústria do turismo registrou um crescimento significativo em escala global na última década, e as perspectivas para o segmento eram extremante positivas. Relatórios da Organização Mundial do Turismo mostravam que a cada ano crescia o volume de turistas e a receita gerada por esse segmento em diversos países. A evolução era tão significativa que, em 2019, o número mundial de turistas foi estimado em 1,5 bilhão de pessoas, que movimentaram cerca de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial (cerca de US$ 1,4 trilhão). Nada parecia ser capaz de conter expansão e abater o otimismo de governos e empresários envolvidos nessa atividade.

Mas ninguém contava com um pequeno detalhe que mudou os rumos do setor. Na verdade, um microscópico detalhe: o surgimento de uma variante do Coronavírus. Em questão de semanas, o mundo literalmente parou, imerso na primeira pandemia em escala global do século XXI. Milhões de viagens deixaram de ser realizadas e o turismo viveu uma recessão sem precedentes na história. Em vários países, empresas do setor aeroviário entraram em crise, hotéis e pousadas fecharam as portas e milhões de famílias que dependiam diretamente do fluxo de turistas foram diretamente atingidas.

No Brasil, uma pesquisa do Sebrae feita em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostrou que as pequenas empresas do setor do turismo foram as mais afetadas pela crise, entre todas as atividades econômicas. No pior momento, logo na chegada da crise, em março de 2020, esses pequenos negócios registraram uma queda média no faturamento de -88%, acima da média geral do conjunto dos pequenos negócios (-69%).

O período exigiu de todos – empresas, governos e instituições que atuam ao longo de toda a cadeia produtiva – uma série de políticas públicas e de novos arranjos capazes de reduzir esse impacto financeiro e assegurar a sobrevida das empresas e seus trabalhadores no momento mais crítico da pandemia.

Nesse contexto, nossa parceria com a Embratur deve ser celebrada não apenas pelas duas instituições-irmãs, mas por todas as empresas que constroem o turismo brasileiro. A Embratur é a referência na promoção internacional do país, com um trabalho fundamental na atração dos mais de 6 milhões de visitantes (turistas) estrangeiros que visitam o Brasil todos os anos e que injetam uma quantia superior a US$ 6 bilhões na nossa economia. O Sebrae, que há 30 anos contribui para o desenvolvimento e fortalecimento do turismo brasileiro, tem sido um ator fundamental para favorecer a retomada do setor, majoritariamente formado (em mais de 97%), por pequenos negócios.

Essa união vai contribuir com o desenvolvimento de uma nova indústria do turismo brasileiro, ainda mais forte, inovadora e atualizada em suas práticas. De fato, levantamentos feitos pelo Sebrae já indicavam, ao longo da pandemia, que os pequenos negócios do setor passaram por profundas e significativas transformações. Nada menos do que 85% das empresas que atuam no segmento, por exemplo, já digitalizaram sua atividade. Outra mudança acelerada pela pandemia foi o investimento feito por esses negócios para amplificar a importância da sustentabilidade em todos os seus eixos de atuação, com ênfase no fortalecimento de um turismo inclusivo e atento às questões ambientais, em razão das mudanças climáticas.

Todo este cenário de mudança gera inúmeras oportunidades para o posicionamento do turismo brasileiro no mercado, especialmente o internacional, porque converge com características, inclusive, do rico e diversificado bioma do país: Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, Pampa e Pantanal, somando-se à identidade cultural singular que se traduz no seu patrimônio material e imaterial.

Sebrae e Embratur querem, juntos, fortalecer a nossa indústria do turismo para que possamos aproveitar os desafios interpostos por essa crise para sairmos ainda maiores e mais fortes. Apoiar o turismo brasileiro é contribuir diretamente com uma maior distribuição de renda e geração de empregos para milhões de brasileiros e consolidar a cultura brasileira como uma das mais ricas e significativas do mundo.

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